Buenas pessoal, estou há um tempo sem postar, pois final de ano letivo consome professores e alunos em torno das tão temíveis avaliações finais. E eu pergunto a vocês: como avaliar corretamente um aluno? Não deve existir uma fórmula aplicável, mas creio que alguns elementos devem ser levados em conta.
A maioria dos colégios hoje (pelo menos os particulares) obrigam os professores a fazer avaliações nos modelos idealizados pela instituição. São "X" questões objetivas e "Y" subjetivas, e não poderá sair deste molde, valendo "X" da nota. Eu mesmo fiquei sem poder avaliar o qualitativo dos alunos, pois no lugar dele, colocaram um teste valendo dois pontos. Ou seja, todas as tarefas e atividades, jogos que fizemos em aula, comportamento, nada pode ser avaliado. Na média final, dois alunos (bons alunos) ficaram com 5,94 o que eu rapidamente arredondei para "6" e os passei para o próximo ano. Na entrega dos boletins, a surpresa foi minha, ao ver que a escola havia refeito meus cálculos e deixado os dois alunos para a prova final. O argumento foi que se fosse "5.95" eu poderia arredondar, mas como era "5.94", eu infringi as regras do colégio.
A questão é que, por mim jamais faria uma prova de história objetiva, com opções de marcar. Gosto de estimular o pensamento crítico do aluno e verificar como ele se sai defendendo o pensamento dele tanto no papel quanto em sala, nas discussões promovidas sobre os assuntos. Não me interessa que o aluno aprenda datas, nomes, mas sim que saiba avaliar os contextos e tirar suas próprias ideias sobre momentos históricos. E isso, em uma prova, não consigo fazer, e sim durante um ano letivo inteiro.
Outro ponto importante é a constante educação voltada para o vestibular e notas. Vejo alunos o tempo todo indagando se tal atividade vai valer nota. Isto é fruto de uma sociedade que está cada vez mais preocupada com números, criando robozinhos que passam no vestibular e depois são treinados para serem bons profissionais somente naquela área, e acima de tudo, treinados para serem bons funcionários, que não sabem exigir, nem pensam por si só, apesar de acharem que são donos de seus destinos.
As escolas amarram nossas mãos, e conduzem os professores a treinar seus alunos para o vestibular, esquecendo de formá-los pra vida. Pois bem, cá estou eu, me formando em uma Universidade Federal e sabe o que é pior? Aqui também há esta preocupação com números. Estudantes preocupados com escores e currículo lattes. Parece até uma indústria de intelectuais. Quanto a mim, continuarei tentando romper as amarras, quem sabe em algum dia, conseguiremos mudar alguma coisa?