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quarta-feira, 3 de julho de 2013

A volta das férias...

         Voltei, depois de um tempo de provas, estudos, trabalhos e afins. Estou me formando e como todos que passam por essa fase, tentando não enlouquecer. Em fevereiro voltei a dar aulas na mesma escola onde comecei o ano passado. Me senti muito segura em ver as mesmas carinhas e já ter um conhecimento prévio dos alunos que estarão comigo no decorrer desse ano.
      O que tem me atrapalhado bastante são os famosos livros didáticos e os prazos de término de conteúdos. Módulos que trazem informações atrapalhadas, algumas pouco importantes, deixando as mais valiosas ocultas. Isso não seria problema se o professor tivesse a autonomia de desviar e encaminhar as aulas de acordo com seu bom senso. Mas sabemos que isso não é possível em colégios particulares.
         Então o questionamento que deixo hoje é sobre as diferenças entre ensino privado e público. Quais as vantagens e desvantagens de cada um? Será que o professor do ensino público tem mais facilidade de levar suas aulas, visto a liberdade que tem? E os materiais didáticos disponíveis?
        Por hoje é isso, fica aberto o debate.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A tão temida avaliação!

            Buenas pessoal, estou há um tempo sem postar, pois final de ano letivo consome professores e alunos em torno das tão temíveis avaliações finais. E eu pergunto a vocês: como avaliar corretamente um aluno? Não deve existir uma fórmula aplicável, mas creio que alguns elementos devem ser levados em conta.
             A maioria dos colégios hoje (pelo menos os particulares) obrigam os professores a fazer avaliações nos modelos idealizados pela instituição. São "X" questões objetivas e "Y" subjetivas, e não poderá sair deste molde, valendo "X" da nota. Eu mesmo fiquei sem poder avaliar o qualitativo dos alunos, pois no lugar dele, colocaram um teste valendo dois pontos. Ou seja, todas as tarefas e atividades, jogos que fizemos em aula, comportamento, nada pode ser avaliado. Na média final,  dois alunos (bons alunos) ficaram com 5,94 o que eu rapidamente arredondei para "6" e os passei para o próximo ano. Na entrega dos boletins, a surpresa foi minha, ao ver que a escola havia refeito meus cálculos e deixado os dois alunos para a  prova final. O argumento foi que se fosse "5.95" eu poderia arredondar, mas como era "5.94", eu infringi as regras do colégio.
            A questão é que, por mim jamais faria uma prova de história objetiva, com opções de marcar. Gosto de estimular o pensamento crítico do aluno e verificar como ele se sai defendendo o pensamento dele tanto no papel quanto em sala, nas discussões promovidas sobre os assuntos. Não me interessa que o aluno aprenda datas, nomes, mas sim que saiba avaliar os contextos e tirar suas próprias ideias sobre momentos históricos. E isso, em uma prova, não consigo fazer, e sim durante um ano letivo inteiro.
               Outro ponto importante é  a constante educação voltada para o vestibular e notas. Vejo alunos o tempo todo indagando se tal atividade vai valer nota. Isto é fruto de uma sociedade que está cada vez mais preocupada com números, criando robozinhos que passam no vestibular e depois são treinados para serem bons profissionais somente naquela área, e acima de tudo, treinados para serem bons funcionários, que não sabem exigir, nem pensam por si só, apesar de acharem que são donos de seus destinos. 
                As escolas amarram nossas mãos, e conduzem os professores a treinar seus alunos para o vestibular, esquecendo de formá-los pra vida. Pois bem, cá estou eu, me formando em uma Universidade Federal e sabe o que é pior? Aqui também há esta preocupação com números. Estudantes preocupados com escores e currículo lattes. Parece até uma indústria de intelectuais. Quanto a mim, continuarei tentando romper as amarras, quem sabe em algum dia, conseguiremos mudar alguma coisa?

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O dia dos professores


Hoje oficialmente é meu primeiro dia dos professores no qual estou do outro lado da moeda. Antes de mais nada, gostaria de agradecer a  todos os mestres que fizeram e fazem parte da minha vida. Eu nunca esqueci o nome de cada professor que já tive (até os que não gostava), e toda vez que estou em sala, acabo lembrando de uma frase, uma maneira de ser e sem perceber já estou copiando frases e métodos.

Aprendi muito além dos conteúdos com cada um, e fico hoje pensando o peso de ser educador, pois querendo ou não servimos de exemplo e frases mal ditas podem ficar martelando na cabeça de um aluno por muitos anos. Então queridos colegas, por mais chateados em sala que possamos estar, respiremos fundo e contemos até 1000 antes de dizer algo que afete nossos alunos de alguma maneira.

Para todos os professores, parabéns hoje e todos os outros dias do dia letivo! Para os que já foram meus professores, como a Jucélia, que me ensinou a escrever cartas, a Isabel e o Isolino que me fizeram gostar de matemática, a Mara Rosana, minha amiga até hoje. Também os do ensino médio: Silvana, nossa conselheira amada, Luci Vera, responsável por eu aprender a escrever resenhas. Entre tantos outros, o meu "muito obrigada"!!!!

O vídeo aí em cima é um momento piegas e carinhoso, achei que cabia aqui. abraços a todos professores e alunos!!!!!


sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Alunos x máquinas de copiar


Uma semana antes das avaliações, inúmeros pedidos e súplicas de alunos me fizeram fazer revisão com questionários. Quando comecei a ler as respostas percebi que eram cópias dos módulos e logo alertei: "não quero cópia, quero com as palavras de vocês na hora da  prova hein!". Esta frase seguiu de uma onda de reclamações. Eu continuei retrucando e expliquei que não estava ali para formar maquininhas, que gravam e repetem, para isso tinha meu gravador no celular. Foi então que uma das alunas começou a rir e disse: "Isso aí professora, não quero ficar igual o Latino, que só sabe copiar música dos outros". A frase seguiu de uma risada maior, mas agora minha. 

Foi aí que aos poucos começaram a perceber o que eu tentava dizer e concordaram(se vão tentar mudar aí é outra conversa). Mas como é difiícil fazer as pessoas saírem desta mentalidade de "decorar e copiar". Fiquei mais preocupada ainda com as  demais séries, como fazer um aluno de 5° série entender que não existe só uma resposta certa?  Eles passam o tempo todo preocupados com pontos, notas e bolhetim. Mas  é a própria estrutura da educação que leva a isso. Nos preocumos tanto com números e esquecemos da qualidade. Tenho muito problema pra entender as 5° e 6°, pois não sabia que eu tinha que formar os grupos em trabalhos, simplesmente disse: "façam grupos de cinco pessoas". Eles ficaram ali sentadinhos esperando eu dividir e separar as cadeiras. Bem depois que percebi que eles recém saíram do fundamental I e ainda são muito pequenos para estas decisões. Acabo perdendo o controle deles, já que talvez não entendam minha linguagem. Enfim, terei que ter paciência para que não enlouqueça. 

Mas o principal, é entender não só as diferenças de idade, mas buscar sempre respeitar o plural. Os alunos não são iguais, não vem da mesma realidade familiar. Portanto não vão me dar as mesmas respostas. É esta a parte mais difícil e interessante: fazê-los entender isso!!! Este vídeo de charges sobre a educação vem bem acalhar nesta véspera de fim de semana, ainda mais com uma bela música do Raul. É isso, aceito sugestões para um caminho legal, bom fim de semana a todos!!!!

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Caminhando e cantando...

Eu devia ter uns oito ou nove anos quando a professora perguntou na sala o que eu queria ser quando crescer. Claro, eu e a maioria das meninas respondemos: “quero ser professora!”, eu ainda acrescentei: “quero ser professora e escritora”. A minha terceira opção era policial, mas devido ao meu hábito de bater no coleguinhas, logo isso foi abolido do meu destino. Naquele tempo (não ouso dizer quanto tempo faz), eu não tinha a noção do que era ser um “educador”, mas achava o máximo o poder de passar conhecimento para outras pessoas, sem contar o fato de estar com giz e apagador nas mãos.
O curso de História chegou em minha vida tão naturalmente quanto meus 18 anos. Uma formação política desde a infância e pais preocupados com o “social” me fizeram ir direto a esta carreira e não existia nada que me completasse tanto do que as ideias que eu compartilhava ali. E o sonho de lecionar estava cada vez mais perto. Eu sonhava com o momento em que ía fazer a chamada dos meus próprios alunos, mostrar a eles a magia de se fazer história e tudo mais. Mas a preguiça da juventude aliada ao pouco dinheiro me fizeram adiar um este sonho.
Há duas semanas, depois de alguns anos, entro na primeira vez em uma sala de aula para ensinar história. São quatro turmas do ensino fundamental II, e dezenas de conteúdos para colocar em dia na minha cabeça antes de passar aos alunos. Mas minha maior preocupação é que tipo de professor eu vou me tornar. Acredito que educação é muito maior que apensas conteúdos programáticos, devemos preparar nossos alunos para o mundo lá fora, mostrar que podem pensar por si, desenvolver este espírito criativo que há neles e fazê-los compreender que são parte do processo histórico da humanidade como agentes ativos. Mas aí nos deparamos com algumas dificuldades.
Quando a estrutura das escolas não é precária (nosso ensino público é sucateado), são as concepções didáticas ainda presas ao método de ensino tradicional que nos freia. Além disso, alunos desinteressados por muitas vezes não nos respeitam em sala. O que encontrei ao chegar em sala foi um misto de tudo isso. E depois que fui contratada neste estágio, passo os dias pensando em como “fazer a coisa certa”. O fato é que muitas coisas levam o professor ao tradicional, por ser mais fácil, e quando me vejo tendo que adotar certas práticas, fico pensando se estou mesmo no meu caminho. Hoje consegui ter a minha primeira melhor aula: falamos de política, de música e de história. E então tive a certeza de escrever este blog para eu nunca esquecer o “por quê” de eu estar nesta profissão. Pretendo fazer um diário como um desabafo e um lugar de encontro, para trocarmos experiências, não só docentes, mas pessoas que como eu, se preocupam com um mundo melhor por meio da educação.
Enquanto isso, continuo no meu sonho de professora, mesmo com muita dureza, muitas atividades para conseguir manter o interesse destes adolescentes que estão cheios de energia e sem NUNCA NUNCA NUNCA esquecer do mais importante: construir conhecimento junto a outras pessoas não tem preço!!! A sala de aula vai muito além do que as paredes das escolas...